Por Oscar Motomura*
O mundo parece precisar cada vez mais de organizações e pessoas dispostas a assumir o papel principal – no trabalho e na sociedade.
“Preciso de mais pessoas que ajam no dia a dia como se fossem ‘donos do negócio’.” “Precisamos muito mais do que diagnósticos, crít0ias e ideias. Precisamos de pessoas que tomem a frente e liderem os processos de cura, de solução, de implementação.”
São essas as frases que mais tenho ouvido ultimamente em conversas com CEOs. São líderes que querem mais protagonistas em suas organizações, pessoas dispostas a assumir o papel principal em tudo o que fazem. Pessoas que não ficam no “conforto” da plateia, como espectadores. Pessoas que, apesar de todos os desafios e barreiras que encontram, tomam a iniciativa e vão em frente, como se tudo dependesse somente delas. Sim. Precisamos de muito mais protagonistas. Mas como assegurar isso em nossas empresas e na própria sociedade? Nossa experiência na solução dessa equação em grandes empresas aponta para alguns “gabaritos de soluções”, como os seguintes:
1) Assegurar que todos, da cúpula à base, tenham uma visão clara de como a organização funciona, como as partes se conectam sistemicamente e como cria ou destrói valor. Temos criado soluções sob medida para as empresas – usando jogos e simulações – para assegurar que a organização inteira se alfabetize em “anatomia de resultados”. O efeito disso é que o índice de “protagonismo” dá um salto em pouco tempo, de forma biológica, natural.
2) Assegurar um design organizacional que liberte as pessoas. Muitas empresas estão trancadas em organizações hierárquicas, de comando e controle, que limitam a ação dos funcionários. A reinvenção da empresa rumo a um novo design, mais orgânico, aberto e em rede, abre o espaço necessário para um maior “protagonismo”.
3) Promover uma radical mudança cultural, que leve ao abandono de premissas como “manda quem pode, obedece quem tem juízo” e possibilite a adoção de outras, como “manda quem tem a ideia que mais contribua para o propósito da organização…”. É claro que a mudança cultural deve atingir os próprios líderes, para que eles se tornem exemplos vivos da cultura desejada – aquela que fará emergir mais e mais protagonistas na organização.
4) Dotar as pessoas das competências necessárias para transformar intenções em resultados. Competências que gerem genialidade no “como”. Muitas pessoas querem ajudar, querem fazer diferença e até têm ideias. Mas elas têm dificuldade para chegar ao efetivo “fazer acontecer”. O programa para desenvolver o conjunto de competências ideal para um protagonista deverá ser eminentemente prático (problemas reais, criação da ponte para o como, amarrações que assegurem resultados etc.). E quanto mais fluente a pessoa se torna em fazer acontecer mais sua motivação para um efetivo “protagonismo” tende a crescer.
Desejar ter protagonistas não basta. É preciso fazer movimentos concretos e ousados nessa direção. Do contrário, a própria organização acaba virando “plateia” num mundo que precisa cada vez mais de protagonistas conscientes.
(*) É diretor-geral da Amana-Key, especializada em inovações radicais em gestão e estratégia.
Fonte: Fonte: revista Época Negócios (Editora Globo), ed. 40 (Junho/2010).
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sábado, 3 de julho de 2010
Menos platéia...
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Um comentário:
Valeu Altamir, muito bom este texto.
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